ZP THE WORLD BEYOND THE HORIZON
  • Home
    • About me ♦ Acerca de mim
    • Billboard archive ♦ Arquivo Jornal de parede
    • Visitor feedback ♦ Opinião do visitante ♦ Subscribe ♦ Subscreve
    • Forum ♦ Foro
    • Links
  • Photography ♦ Fotografia
    • Photo Galleries >
      • Portraits
      • Still life
      • Citizens from the lonely city
      • On the road
      • Sun Beam
      • Incógnitos
      • Objects
      • Mates & Fates
      • Altered Landscapes
      • Wildlife - Birds
      • World Landscapes
      • The World in Words
      • Textures
      • Urban Landscapes
      • Heart of Darkness
      • Beyond dead
    • Photography Blog
  • Videography ♦ Videografia
    • Video Galleries >
      • On the road
      • Music Forever
      • My Poetry
      • 90'' Photomotion
      • Nature Forever
    • Videography Blog
  • Adventures ♦ Aventuras
    • ZP o astronauta do pedacinho do céu >
      • Blog ZP - Retalhos da vida de um Naturalista
      • Blog ZP - O astronauta do pedacinho do céu
  • Essays ♦ Ensaios
    • Ensaios Blog
  • Poetry ♦ Poesia
    • Poesia Blog
  • Miscellaneous ♦ Miscelâneas
    • Miscelâneas Blog
  • Activismedia
    • Activismedia Blog
  • Favorite Web Articles ♦ Artigos Favoritos Web
  • Geocache Agent ♦ Agente Geocache
    • Geocache Agent ♦ Agente Geocache Blog

Voando sobre dois carris

2/20/2013

0 Comments

 
As aventuras de ZP - O astronauta do pedacinho do céu.

No comboio Ghan – Adelaide a Darwin –Austrália - Ano de 2013 – Dia 41 
  
2ºCapítulo de: À volta do Mundo 2
 
Voando sobre dois carris

  

“É sem dúvida verdade que andando de lugar para lugar perdemos coisas, consequentemente temos que apanhar coisas para sobreviver. Aqueles que sobrevivem tornam-se muito bons a apanhar coisas. A sua relação com a identidade e lugar torna-se variável, híbrida, pragmática e inclusiva. Eles tornam-se bricoloures. Por outras palavras eles tornam-se todas aquelas coisas que os pós-modernistas tentam ser.”
Ian Mclean acerca de Lin Onus (artista plástico aborígene) e pós-modernismo indígena. 

Os pensamentos ficam para trás; agarrados à cauda do comboio, parecem não existir…
E eu aqui sentado, o que sou sem eles? E eles o que são sem mim? Há um olhar, quando se olha pela janela de um comboio, diferente; é o olhar que apanha o momento e logo se vê obrigado a abandona-lo, pois o caminho prossegue e no entanto nós continuamos imóveis, sabendo de ante mão que ele não nos abandonará. Não somos nós que caminhamos pois ele caminha por nós, e se traçamos o caminho foi quando pensamos em traça-lo e não aqui onde os pensamentos se debatem agarrados a cauda do comboio. 

Os carris trouceram-nos Alice Springs. E a porta que se abriu para que o cavalo de ferro passa-se a muralha de pedra (McDonnell range - linha montanhosa que se estende por 200 Km de leste a oeste) levou-nos ao encontro e confronto de duas civilizações opostas obrigadas a partilhar o mesmo espaço conquistado à força pelos homens brancos e perdido pelos homens negros do passado. Sinto-me baralhado perscrutando os estranhos homens e mulheres indígenas desta terra pois ostentam qualidades divinas no meio de comportamentos aparentemente opostos a essas divinas qualidades pois são representativos dos nossos maiores medos: a pobreza, a mendicidade, a exclusão – frutos da nossa sociedade e como tal só visíveis através do nosso olhar consequentemente invisíveis aos seus actores. Eles e Elas, abstratos percorrem as ruas como se não tocassem no chão e quando os vemos sentados debaixo de uma árvore, adquirem formas provenientes da terra – uma rocha, um animal selvagem, uma termiteira, um arbusto, outra árvore, confundem-se/fundem-se na paisagem pois ainda fazem parte dela. É essa a estranheza que sinto quando os perscruto, afinal são humanos como eu mas eu não os consigo sentir… É aqui que reside a sua divindade e a nossa impossibilidade de a alcançar, Porque será? 
Chegando a Darwin são dois mundos distintos lado a lado que se encontram - A Natureza e o Homem branco. A sabedoria de um e a insensatez do outro. Não será necessário apontar o dedo para saber a quem pertencem os substantivos qualitativos atras mencionados. A Natureza perpéctua-se, coexiste, o homem branco multiplica-se, conquista. A natureza da Natureza levá-la-á ao encontro do Homem, a natureza do Homem branco levá-lo-á ao seu desencontro. Duas forças aparentemente (pois fundem-se) opostas cujo resultado será a derrota do Homem “vencedor”, conquistador, víctima do seu próprio ego. Em Darwin a Natureza faz-nos transpirar, desprezar e amar. Entre a vulgaridade de uma cultura em que tudo o que toca o transforma em produto comerciável e o desalma (um passeio em George street é uma visita próxima ao inferno disfarçado de céu – não faltam exemplos de lugares semelhantes em distintas cidades espalhadas pelo mundo, no entanto em Darwin, o contraste entre os mundos atras mencionados é intensamente palpitante, jovem) pode-se também vislumbrar seres de uma beleza intocável: Rainbow pitta - Pitta iris, Black-tailed Kokatoo - Calyptorhynchus banksii, Rose-crowned Fruit Dove (Ptilinopus regina), Fig tree - Ficus virens, são alguns exemplos remanescentes do Paraíso perdido.
O Ghan voltou para onde partiu (Adelaide – Darwin)– carregado de turistas. É o único comboio de passageiros que utiliza a linha e a sua periodicidade não serve para quem o quiser usar como um transporte público alternativo à estrada que paralela corre à sua linha. Metemo-nos a caminho ao Sul depois de uma breve estadia em Darwin, com destino a Katherine (O culto da personalidade espelhado nos nomes das cidades pequenas e grandes que os Ingleses tao carinhosamente alimentam) – paragem obrigatória para a locomotiva vermelha, onde na ida e à espera na linha, ficaram duas moedas - 1 dólar australiano e um cêntimo de euro. Espero que na volta as 31 carruagens atreladas a locomotiva vermelha tenham passado pela linha e na sua passagem as moedas tenham sofrido a devida alteração. Hoje fui recuperá-las e lá estavam elas deformadas mas com valor acrescido (só para alguns, aqueles que acreditam que o valor das coisas reside na histórias que elas têm para contar) pois o “legendário” comboio que atravessa a Austrália de Norte a Sul e vice-versa passou por cima delas!   
 

As aventuras de ZP - 2°capítulo.pdf
File Size: 104 kb
File Type: pdf
Download File

0 Comments

    Author

    ZP o astronauta do pedacinho do céu

    Picture

    Archives

    February 2015
    January 2015
    December 2014
    November 2014
    October 2014
    September 2014
    August 2014
    July 2014
    April 2013
    February 2013
    October 2012
    August 2012

    Categories

    All
    Australia 2012/13
    Congo 2014/15
    Costa Rica 2007/08
    Portugal 2015
    República Do Congo 2014
    República Do Congo 2014
    República Do Congo 2014

    RSS Feed

    Creative Commons License
    This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License.
Powered by Create your own unique website with customizable templates.