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Onde acaba a estrada

4/14/2013

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As aventuras de ZP - O astronauta do pedacinho do céu.

Austrália – Eastern Kimberlys - Wyndham - Ano de 2013 – Dia 101 

3º Capítulo de:
À volta do Mundo  2
 
Onde acaba a estrada


A brisa que contra mim sopra impulsiona-me para a frente, rolo sobre o caminho que
diante de mim se abre, e me mostra quem eu sou - eu sou o caminho o caminho sou
eu.

No caminho há uma casa pintada de cinzento claro onde se veem janelas que não
servem para ver, não há mais nada em que o olhar se possa perder, o verde
amarelecido das ervas e das escassas árvores circunda a casa de onde proveem
vozes de um filme em Inglês filtradas pelas quatro paredes cinzentas da casa. Há
uma televisão ligada mas a casa parece inabitada e as vozes do filme não
pertencem a esta paisagem, lembro-me de Lynch e de Blue velvet e dou conta de
que existe uma porta entre o que vejo e o que não vejo, entre o real e o
ficcional e ambos usam essa porta para entrarem e saírem - sem ordem, sem
explicação aparente, desprovidos de forma, e de estranho conteúdo. Há outras
casas banais no caminho sem saída e todas se mostram aparentemente iguais
dominando a paisagem humana encolhida no sope do monte, e ao contrário da casa
cinzenta clara o olhar atravessa primeiramente as sucessivas camadas de objectos
que gradualmente foram ocupando o espaço exterior das propriedades. Cada casa
representa a uma escala individual/familiar a relação entre o espaço exterior e
o espaço interior - a Natureza e o Homem. Se quisermos ver no seu estado mais
bruto a natureza da paisagem humana deveremos viajar ate onde a estrada acaba;
aí a autenticidade desta civilização transparece no individuo de uma forma mais
clara, menos escamoteada, do que em qualquer encruzilhada de caminhos onde ele
se encontre.
“A Pioneer and a good citizen; Loving memories; Remembered by his workmates; Forever in my heart until we meet again” - inscrições nas pedras tumulares do cemitério de Gully; a
história acaba aqui, a história de um continente habitado à milhares de anos por
nómadas caçadores recolectores, onde a relação entre o espaço exterior e o
espaço interior - a Natureza e o Homem era una, descompartimentada; O sopé do
monte era a casa e não a casa era no sopé do monte. No nicho de uma parede da
falésia à borda rio nascia a cultura do individuo que abrigado do Sol e da
chuva, contornava com a cor ocre na pedra a sua mão, o seu sonho, o sonho da
Mulher/Homem, da sua família, da sua tribo, da sua civilização. 

Passa um autocarro onde se lé Toadbusters - são imagens de marca da Austrália as exóticas criaturas aqui introduzidas não há muito tempo pelos colonos Europeus e que gradualmente foram colonizando a terra passo a passo juntamente com eles. Há uma lista extensa dessas espécies, e
quem diria que a Austrália iria albergar a maior população de camelos selvagens do mundo trazidos pelos Afegãs e que aqui passaram, comeram (nas nossas andanças para trás e para a frente na grande autoestrada do norte, há uma ponte sobre um riacho chamado Tin cheese creek -
riacho queijo em lata, nome proveniente aquando da expedição de exploração dointerior australiano que aqui passou, parou e se livrou de uma carga “intragável” cujo rotulo não correspondia com o conteúdo – carne de porco em lata), morreram e foram enterrados juntamente com os seus camelos; Fantasmas de outros tempos, e hoje os Ghostbusteres transformaram-se em Toadbusteres - exterminadores de sapos venenosos. Conhecido como sapo das canas ou sapo marinho, e de nome científico Bufo marinus, é hoje o inimigo número um a abater na Austrália ocidental. Proveniente dos trópicos do novo mundo, o sapo gigante foi introduzido há décadas atrás em Queensland com a finalidade de controlar o escaravelho que estava a danificar as plantações de cana-de-açúcar. Sem predadores e prolíficos encontram-se agora as portas do território
ocidental Australiano. 
“Help us fight an alien invasion; The aliens are deadly; How we're fighting the invasion; Is an alien hiding in your car? Knowledge is our best weapon” - Alguns dos slogans /  frases que se podem ler em distintos suportes nos mais variados lugares. Que dirão os Huaoranis no Equador, os Xavantes no Brasil, os Mapuches no Chile, os Yanomamis na Venezuela, os Apaches na América do norte, os indígenas do México e de todo o mundo, os Palestinianos, os Tibetanos e os Aborígenes na Austrália, sobre a peste que sobre eles se abateu na forma mutante da sua mesmíssima espécie / o Homo sapiens sapiens? A toxicidade rapidamente se espalhou pelos lugares mais recônditos dos 5 continentes.

Prossigo caminho; no asfalto negro deparo com uma borboleta de asa azul caída no chão, caiu do céu tal como uma estrela partida pelo brilho da civilização; continuo, paro e mato a sede à sombra de uma rara parede de pedra erguida na região, a técnica não pegou e aqui e ali as casas
erguem-se sobre as soldaduras, são de ferro e aquecerão debaixo de um sol de 40 graus que um destes dias ainda verá o fim da energia eléctrica que artificialmente as torna habitáveis com os seus
AC's.

O Sol também se partiu na linha do horizonte, derramando a sua gema cor de laranja sobre a gigante frigideira entalada entre os montes onde invisíveis peixinhos nadam por entre bicos em forma de colher, que os achatam, bicos em forma de redes de pesca que os capturam, bicos em forma de lança que os perfuram, bicos em forma de palitos que os espetam, etc… É quase hora de jantar e à mesa traga-se a comida e a companhia quer se goste quer não se goste!

Lá fora o caminho continua a existir, até quando?


 

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