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Retalhos da vida de um Naturalista 

2/19/2017

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Na selva do Congo


Capítulo 12
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“Afinal a natureza sou eu.”



 
“Man is a part of nature, and is war against nature is inevitably a war against himself.”

Rachel Carson
 
Observo-me, escuto-me e falo de mim. Tenho a atenção virada para mim, em lugar de a ter virada para a Natureza que me trouce até aqui (...) aos confins do mundo onde a cor da minha pele causa espanto e reacção aos seres da minha espécie!

Parece que que estou a recuperar (...) de quê? Pois começo a prestar atenção aos cantos das aves, não quero dizer que antes não ligava aos seus cantos, mas agora, não é só o coração que os escuta mas a razão que os estuda e tenta agora catalogar-los como um naturalista naturalmente o faz. Mas para quê? Pela mesma razão que passamos a memorizar os nomes das ruas em torno da nossa casa e progressivamente vamos alargando o nosso espaço geográfico, os nossos mapas do conhecimento e desta forma vamos nos tornando mais familiarizados com a paisagem (urbana). Em Monkoto, onde eu agora me encontro ainda é a outra natureza que domina a paisagem (natural).

Aqui o Homem ainda é dominado pela sua ignorância – não transforma a paisagem pois não tem os meios para o fazer; e dominado pela escassez dos meios, permanece ignorante. Estará ele mais próximo do passado? Assim me parece a mim. As forças dominantes do lugar são ancestrais. A luz da natureza como o Sol de dia e a sua luz espelhada na lua de noite, as estrelas e os seres fusforescentes. Há também esta força silenciosa, a essa luz aliada, pactuante, criadora que a molda, uma força que se evapora, se condensa, se diluie na terra e a fertiliza e funde-se num corpo frio ao nosso tacto deslizando silenciosamente como uma serpente, languida, que nos mata a sede e tranquilizamos o olhar – o Rio. Réptil que serpeia por entre  a sombria e enigmática selva tropical - outro indescritível pujante elemento que forja a alma do povo deste lugar. Ela é a sua casa e é a ela - à consciência humana - que cabe decidir a onde deseja permanecer; aqui próxima das suas ancestrais almas ou livre num universo de almas dominadas por forças alheias, por outras forças naturais – o domínio da sua espécie sobre as outras espécies. Voltar atrás (?); reanimar conhecimentos perdidos, estabelecer autonomias e venerar as suas origens parece-me mais próximo e frutuoso do que aproximar a vila à cidade. A quem assim o quiser...
​
Eu aqui não sei bem o quero, se saber o nome das aves que cantam ou se saber por quem o meu coração bate. Sou tão vulgar como uma folha de uma árvore entre milhares de outras, fosse eu o tronco que as sustêm... Talvez me fosse mais fácil viver se não tivesse ambições (quem as semeou dentro de mim?)... E sem talento como poderei ser eu o tronco de donde brotam os ramos com as suas folhas, flores e frutos!?

Não sou um naturalista, ou sou um naturalista? Não sou. Aqui parece não importar, aí entre vós, importaria. Quando acento no bloco de notas a vida selvagem que na selva (onde executo o trabalho) observo, a vida parece ganhar sentido. Quando não trabalho a vida parece ficar à espera para que volte de novo a executar algo, a trabalhar para de novo voltar a ganhar sentido, voltar a ser... Faz-se desfaz-se e volta-se a fazer, agora sabemos que o resto não é  zero, e tão pouco inócuo o é ao futuro que a vida acarreta em si.
Parece-me urgente ver o futuro, e o que vejo é a morte (entre os sucessivos acontecimentos da vida). A ela então deverei eu me entregar e da mesma forma que me entreguei a quem mais quis amar - com tudo e só com tudo o que tenho para dar.

  
 
 
 
  

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Retalhos da vida de um Naturalista 

2/19/2017

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Na selva do Congo

Capítulo 11

“Quadros da vida de um Homem só.”
 
Uma cama feita, uma rede mosquiteiro, uma cadeira de plástico, uma janela virada para o portão da casa, um homem, um homem sentado na cadeira de plástico, um pc ligado, uma folha do word, está folha, está mesma folha, é mais uma tentativa de se olhar, olha e escreve, mas não se vêm, eles, quem são eles? São a mesma pessoa? Talvez...
O único olhar que o espreita, é o olhar do espelho, não restam mais olhares, daqueles olhares em que tal como o espelho aqui pendurado nos olha, nos são familiares, que parecem conhecer-nos...
Regressa ao lugar que nunca deixou, coça a perna, liberta gases intestinais, dá um jeito ás costas e de novo parte ao seu encontro, como um cão parte ao encontro da sua cauda.Nada encontra, pois encontra-se só, não há espelhos para além do pequeno espelho pendurado na parede, não há imagens que o olham e que lhe transmitam identidade; numa palavra, não existe.
 
 

“Quadros da vida de um Homem só.” (Novo tema fotográfiaco)
Onde começa e acaba a nossa intimidade?  Os espaços como palco da vida - servirão eles para desmistificar os indivíduos ou pêlo contrário – servirão eles para mistifica-los? Seremos nós os actores principais da cena ou será ela - a ideia que construímos baseados na ideia que os outros personagens  - próximos ou distantes – fazem de nós (também eles actores principais da cena dentro de um cenário construído da mesmíssima forma - com ideias emprestadas...)? Até onde se estende a realidade e a ficção e como enquadrar-las de forma a que ambas componham a paisagem em medidas iguais, equilibradas?
Poderão as imagens reflectir estados de equilíbrio entre o que existe e o que deixou de existir? Entre o passado momento e o momento em que admiramos o passado? Serão tentativas vãs de imortalidade – pois só voltarão “à vida” dentro do quadro da ficção, do sonho, da projecção do sentimento, aquando de outro ser se encontrar receptivo, isto é partilhar a mesma essência emanante dos sentidos. E como serão os cenários nessa altura, quais as ideias dominantes do Sistema do momento?
Eu sou agora o “incógnito” aquele que é na medida do que foi; uma conta de aritmética - de somar e subtrair, - uma “estranha forma de Ser”. Aqui me exponho - unicamente aos vossos olhos. Sou de certa maneira um estranho para muitos, mesmo os que ainda guardam na memória outros quadros da vida do meu passado mais longínquo... ; estranho no sentido de não poderem construir uma imagem, uma identidade composta dos vários estágios da minha vida (da vida de cada um) pois é esse conjunto que permite estabelecer um tempo dentro de um espaço, tal como uma árvore é o registo das sucessivas estações do ano, do tempo, se assim queiramos. Assim sendo, serão essas pessoas – as que possuem uma colecção mais vasta de “quadros da minha vida" as que mais se aproximam da essência do meu ser ou de qualquer outro ser que esteja em causa. Todas as outras formas de sentir as imagens são incompletas, redutoras, mesmo mutiladas.
 
Este novo tema fotográfico é um claro sinal de alerta de um espírito preocupado com a solidão, a ausência, a falha do diálogo, o fim da razão... O autor (eu) é submetido à categoria de alvo fotográfico e estando consciente disso, transforma a imagem num cenário de teatro. Ele passa a ser não só o observador como o observado. Não improvisa, pensa; actua de acordo com o cenário que acha atractivo, convincente - influencia e deixa-se influenciar pélo cenário.
 
 
      



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