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Retalhos da vida de um Naturalista

8/8/2016

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Na selva do Congo

Capítulo 4

“Símbolos patrióticos”




 
Moi, Pedro Costa, pour la raison de ne pas avoir eu la connaissance de la loi de la République Démocratique du Congo, à commis l’erreur de ne pas avoir m’arrêté pendant la cérémonie de l’hissage du drapeau qu’étais en cours - au moment de ma passage dans la rue - dans le bâtiment du commissariat de la police national de Monkoto.
Je reviendrais payer la caution quand mon chef serait du retour de Mbandaka.

Monkoto, le 2 d’Août 1916

José Pedro Costa

Estava eu sentado nos degraus da entrada da antiga casa do WWF (a onde me encontro alojado) entretido a fotografar as lâminas do guia de aves de Africa quando um agente da policia fardado de azul e de metralhadora à tira colo se dirige a mim para me entregar um envelope onde se lê a sublinhado a palavra “Urgent” e “Voir Mr.Petro WWF/Monkoto”. Abro o envelope e encontro uma convocação para me dirigir à policia local por motivo de pedido de informação.
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Sabia a onde me levava o agente que me falava em Lingala e que eu não o compreendia e que por sua vez ele não compreendia a língua francesa que eu lhe falava. Mal entrei no escritório do capitão Fredie Bokanja tive o pressentimento do porquê de ali encontrar-me – A cerimónia do içar da bandeira que esta manhã tinha presenciado na vinda de bicicleta do mercado a onde tinha ido comprar pão era a razão para tal. Era acusado de ultrajar a bandeira congolesa por não deter a minha marcha e me ter posto em sentido - em francês o “Garde vous” disse o jovem capitão – aquando descia a rua paralela ao quartel da policia municipal.

Pedi-lhe desculpa e justifiquei-me que não estava ao corrente da lei Congolesa; que no meu país a vida civil não se imiscuía com a vida militar e que conhecia o protocolo aquando do tempo que tive que servir na tropa. Lembrei-me e contei-lhe a história que se passou com o nosso anterior presidente da república aquando do içar da bandeira no palácio presidencial no dia de Portugal. Delito gravíssimo na lei Congolesa, e julgo eu na nossa também - leu em voz alta o capitão de um livro em francês –  Hisser le drapeaux à l’enverse. Disse que me ia prender e que tinha que inicialmente de pagar 5000 francos congoleses pela emissão do talão da convocatória que me tinha enviado e que teria que pagar uma caução para poder sair em liberdade. Eu aceitei, dizendo-lhe que não tinha dinheiro para pagar o custo do respectivo talão que foi impresso longe dali ( Monkoto está longe de tudo...), abrindo a minha agenda e mostrando-lhe três notas: uma de 500 e duas de 200 francos congoleses. Perguntei-lhe o valor da caução que a lei determinara mas não me soube dizer, ou melhor antes de me perguntar o valor que eu estava disposto a desembolsar, disse-me que estava abrir uma excepção por motivos de compreensão e simpatia pela minha postura – humilde, respeitosa e compreensiva - face ao delito cuja lei previra pena de prisão de até 3 meses (salvo erro) e como tal o valor da caução era de montante variável que eu não me atrevi a pronunciar, argumentando que o dinheiro que tinha se cingia ao valor das refeições chez Mama Georgette, pois o nosso chefe estava de viajem para Mbandaka e como tal não tinha dinheiro de sobra para cobrir a minha caução. Acordei em declarar por escrito num papel A4 em branco no verso de uma fotocópia de um formulário que não prestei atenção, dobrei em dois a folha e rasguei-a usando a outra metade como folha de rascunho; e terminei o manuscrito assinando por baixo o meu Português nome. Parecia um exame de francês e aqui e ali pedi ajuda ao capitão para evitar cometer erros de ortografia – Comment on ecrit – hissage (içar)? E assim fomos avançando com algumas interrupções pêlo caminho – a vinda de uma pessoa que de alguma forma tinha a ver com os caçadores furtivos que tinham sido capturados no dia anterior resultando num sermão que iniciou em Lingala e terminou em Francês onde Deus e a lei andavam de mão dada. Lembro-me do capitão de meias e chinelos calçados dizer que no tempo do Mobuto é que os soldados do seu exército eram conhecidos como malfeitores, ladrões e que hoje já ninguém se atrevia a julgar a sua integridade. O reggae soava do seu laptop Toshiba, havia duas fotografias a cores numa moldura pousada na ordenada secretária – um fulano sentado numa moto e outro de uniforme e de óculos escuros, tentei reconhece-lo mas em vão. Na sala havia um canapé de costas para a única janela do escritório onde esteve durante todo o tempo sentado um homem fardado com o uniforme dos guarda parques facilmente identificados pêlo emblema onde se lia a sigla ICCN (Institut Congolai pour la Conservation de la Nature) Disse-lhe que dia 12 chegaria o meu chefe e que nessa altura nos apresentaríamos de novo no comissariado . Perguntei-lhe quem estava a cantar, respondeu-me e eu ofereci-me a dar-lhe a minha colecção de música reggae quando o meu disco duro que ficou em Leipzig, me fosse entregue.

 


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Retalhos da vida de um Naturalista

8/1/2016

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Na selva do Congo


Capítulo 3

“Kinshasa,  beau marché, dancing club Cheetah 2”
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Tembo, Primus e Nkoyi são exóticas marcas de cerveja trazidas à mesa da esplanada do dancing club Cheetah 2 pelas não menos exóticas empregadas que descomprometidamente se balanceiam entre as mesas e cadeiras de plástico coloridas servindo os clientes que bebem moderadamente das pesadas garrafas a cerveja congolesa. Bebe-se dos copos mas as caricas permanecem na boca do gargalo pois não vá entrar uma mosca e afogar-se no mar de 62cl de cerveja...
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Nas extremidades da esplanada há dois balcões de cimento em U revestidos por azulejos brancos.  Por de trás de cada um deles há: uma chapa de ferro aquecida a lenha para grelhar a carne, uma carcaça de carneiro pendurada e um cozinheiro manipulando duas manchetes de pontas rectangulares cortando bocados da carcaça do carneiro em idênticos pedaços que cabem na palma da mão e cujo valor unitário é de 2500 francos congoleses (2 euros). Há também tripas dispostas numa bandeja sobre o balcão salpintalgado de sangue. A escolha do freguês é agora cortada em pedaços ainda mais pequenos sobre uma tábua de madeira. Observo os movimentos precisos do cozinheiro manipulando a afiada lamina da manchete de 60 cm de comprimento e 6 cm de largura; noto que na sua mão esquerda lhe falta a ponta do dedo indicador e que cintilantes gotas de suor brilham na sua nua cabeça, pois o calor é a dobrar ao pé do fogão a lenha. A receita consiste nesses pequeninos pedaços de carne misturados com pimentos e condimentados com piripiri e um cubo magi, guarnecidos com chiquang  – mandioca crua triturada embrulhada numa folha de marantácea e levada a cozer em água.  
Os 5 sentidos apresam-se a captar tudo em seu redor que à primeira vista parece ser impossível pois simultaneamente tudo brilha, mexe, soa e cheira. O cenário parece artificial pois não se encontram em conformidade - a atmosfera e os objectos - Os 3 grandes ecrãs plasma de 16:9 polegadas metidos dentro de toscas caixas de madeira; o ostensivo rap dos telediscos com os vendedores de amendoim; a poeira no ar e as longas pestanas postiças das empregadas do dancing club; a carcaça de carneiro pendurada debaixo das multicoloridas serpentinas de luzes eléctricas; os gigantes painéis de publicidade Cheetah 2 praticamente invisíveis pela escassa luz urbana; a contabilidade do bar registada a caneta cerveja após cerveja num caderno apontado por uma mulher que recebe e dá troco às empregadas identificadas pêlos seus polos brancos com a cara de um felino e o nome Cheetah impresso no algodão.

Nota: a conexção com a internet não me permite fazer o dowload do filme. As imagens publicadas são snapshots do filme.
 
 

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