Para lá da verdade reside a mentira
A nossa capacidade para dissimular o desconhecido é nos sobejamente conhecida, pois é na certeza do nosso discurso que orientamos a natureza da nossa incerteza.
O aparato em torno da imagem seja ela ilustrada ou parafraseada, construída sobre uma ideia pré-concebida irá direcionar o nosso pensamento na sua direcção. Simplificou-se a incompreensibilidade do ser, atirando-o para um contexto pré-fabricado, a paisagem que antevemos antes de a havermos alcançada foi premeditadamente pensada, e de individuo em individuo, de geração em geração, fomos voluntariamente e racionalmente contribuindo para a construção de um cenário inexistente (…) uma realidade teatral, composta de elementos pré organizados, colocados no seu devido espaço e a seu tempo. A paisagem que nos espera amanhã é aquela que já havíamos construído ontem; e absolutamente convencidos da nossa percepção e julgamento, admiramos o falso (…), confundimos a parte com o todo, iludimo-nos, e acabamos por nos desviar do caminho do conhecimento como indivíduos parte integrante de uma colectividade/ecossistema.
A estratégia para o aniquilamento da verdade parte dela mesmo, ela é a semente do processo do seu desaparecimento, não deixa de existir, mas passa a contribuir para o processo da sua miniaturização, do seu próprio encolhimento, segundo após segundo, século após século. A imagem, nos seus mais diversos suportes, e apesar de nos permitir captar e chegar mais perto da verdade, também nos permitiu maior e mais vasta manipulação dela própria - da verdade / imagem.
Cabe-nos a nós, remetermo-la para o seu lugar primordial – articulada ao lugar, contextualizada, inequivocamente estranha, interdependente das leis da Natureza – da paisagem, desapropriara-la do nosso domínio, conhecimento e venerá-la, amá-la no seu todo, integrá-la no nosso desconhecimento, até mesmo mitificá-la se assim o for necessário…
Ngaga, 27 de Setembro de 2014
A nossa capacidade para dissimular o desconhecido é nos sobejamente conhecida, pois é na certeza do nosso discurso que orientamos a natureza da nossa incerteza.
O aparato em torno da imagem seja ela ilustrada ou parafraseada, construída sobre uma ideia pré-concebida irá direcionar o nosso pensamento na sua direcção. Simplificou-se a incompreensibilidade do ser, atirando-o para um contexto pré-fabricado, a paisagem que antevemos antes de a havermos alcançada foi premeditadamente pensada, e de individuo em individuo, de geração em geração, fomos voluntariamente e racionalmente contribuindo para a construção de um cenário inexistente (…) uma realidade teatral, composta de elementos pré organizados, colocados no seu devido espaço e a seu tempo. A paisagem que nos espera amanhã é aquela que já havíamos construído ontem; e absolutamente convencidos da nossa percepção e julgamento, admiramos o falso (…), confundimos a parte com o todo, iludimo-nos, e acabamos por nos desviar do caminho do conhecimento como indivíduos parte integrante de uma colectividade/ecossistema.
A estratégia para o aniquilamento da verdade parte dela mesmo, ela é a semente do processo do seu desaparecimento, não deixa de existir, mas passa a contribuir para o processo da sua miniaturização, do seu próprio encolhimento, segundo após segundo, século após século. A imagem, nos seus mais diversos suportes, e apesar de nos permitir captar e chegar mais perto da verdade, também nos permitiu maior e mais vasta manipulação dela própria - da verdade / imagem.
Cabe-nos a nós, remetermo-la para o seu lugar primordial – articulada ao lugar, contextualizada, inequivocamente estranha, interdependente das leis da Natureza – da paisagem, desapropriara-la do nosso domínio, conhecimento e venerá-la, amá-la no seu todo, integrá-la no nosso desconhecimento, até mesmo mitificá-la se assim o for necessário…
Ngaga, 27 de Setembro de 2014
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