Ó Naufrago
Parem e abracem o mundo.
Levar-vos-á um minuto,
Para o vosso pensamento o circum-navegar,
Para o olhar, nas lágrimas se afundar.
Que viste tu, ó naufrago?
A verdade.
A praia recebe-te angustiado;
Esquecido, abres a porta da rua,
E caminhas para o vazio.
As casas, o vento, o ruído e o tempo;
Dobras a esquina, esticas o olhar,
E nunca te perguntas,
Estarei eu a sonhar?
Porto, Maio de 2006